O abandono e descaso na saúde mental de Sombrio são debatidos na Câmara de Vereadores

As recentes denúncias do Ministério Público acerca da deterioração da saúde mental em Sombrio e o grito de socorro de diversas famílias foram os temas de debates na Sessão da Câmara de Vereadores do Município, nesta segunda-feira (10).
A discussão se deu após a divulgação das denúncias do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) que constatou graves irregularidades no atendimento psicológico e psiquiátrico no município e exigir, em decisão judicial, que a Prefeitura implemente melhorias no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) em até 30 dias. A decisão, porém, é apenas a ponta do iceberg de uma crise marcada por abandono, descaso e desrespeito à população.
O vereador José Eraldo Soares (Peri) trouxe à tribuna relatos que chocaram os presentes. Ele denunciou filas intermináveis, atendimentos interrompidos sem explicação e estratégias administrativas que mais parecem manobras para esconder a realidade do caos. “Como pode uma prefeita psicóloga cruzar os braços diante de tanto sofrimento? Isso não é gestão, é uma afronta à dignidade humana! Famílias estão sofrendo, vidas estão sendo negligenciadas, e isso é inaceitável”, afirmou Peri, que há anos alerta sobre as falhas na Saúde e é procurado por diversos cidadãos relatando problemas.
O vereador Dion Elias reforçou as denúncias ao ler o relatório do Ministério Público, que evidenciou a manipulação de dados. Como ocorrido em setembro e outubro, na qual a fila de espera por atendimento psicológico aparentemente “zerou”, mas apenas 14 pessoas foram efetivamente atendidas. Dias depois, 21 “novos” casos surgiram com datas de solicitação de meses anteriores, provando que o sistema está sendo conduzido irregularmente. O vereador também destacou a transferência de uma servidora da Secretaria de Educação para o CAPS, medida que viola um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado com o próprio MPSC. “Esses absurdos mostram o descaso e a falta de compromisso. Enquanto isso, as pessoas sofrem e muitas vezes perdem a esperança”, afirmou.
O clima de indignação na Câmara, nesta segunda-feira (9), refletiu o que muitos cidadãos sentem diariamente, o qual é o abandono. “Moradores que buscam ajuda psicológica ou psiquiátrica enfrentam não apenas a espera, mas também o desprezo de um sistema que trata vidas como números em uma planilha”, declarou Peri.
Na Sessão também foram destacados relatos de famílias desesperadas por atendimento adequado, bem como a sensação de impotência que cresce à medida que nada é feito para mudar esse cenário. Um dos casos mencionados foi o de uma cidadã que, após meses esperando atendimento psicológico, descobriu que constava no sistema como “atendida” — algo que ela veementemente negou.
A justiça agiu, mas isso é suficiente? Para os vereadores, não. Eles afirmam que apenas com a pressão da Câmara de Vereadores e da sociedade poderá garantir mudanças reais. “A saúde mental é uma questão de vida ou morte, e Sombrio não pode esperar mais. Precisamos nos mobilizar, cobrar respostas e exigir ações concretas. Chega de promessas vazias, chega de incompetência!”, concluiu Peri.

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